Amarga vingança

O desejo de vingança forma um carcereiro para um suposto prisioneiro.

Mesmo que este último seja real, ambos compartilham da mesma masmorra. Ambos.

Por vezes o encarcerado cumpre sua pena e vai embora.

Enquanto isso, o autointitulado aprisionador ou vingador permanece a maior parte dos seus dias (e noites) no confinamento que criou para si.

Se doce se lhe parece a vingança, muito amargo se torna o seu lar-doce-lar.

Triste fim.

A vingança, se chegar à realidade, pode causar sérios danos à vítima, sim.

A única certeza é a de que, antes, ela já destruiu o vingador.

Cego em ira, a maior punição que deu foi a si mesmo.

Obs.1 :
a reflexão pode ser adaptada a outros sentimentos também.

É o caso de ressentimentos, mágoas, ciúmes, etc, geralmente negativos e intensos.

Tais sentimentos podem ser positivos também, como expectativas muito elevadas e irreais de ser correspondido numa paixão, num grande negócio, na profissão, etc.

Alimentar pensamentos neste sentido aprisiona mais a você do que à “pessoa odiada”, por isso a analogia com a masmorra.

E depois de um tempo a pessoa contra ou a favor de quem você projeta seus sentimentos pouco ou nada tem a ver com eles: passa a ser apenas uma internalização, algo que você escolheu remoer e sofrer sozinho.

A outra pessoa pode até ter dado causa, talvez: ofendido, gerado desconfiança ou expectativa.

Mas a sequência é com você:

quer nutrir pensamentos e se aprisionar aos sentimentos que eles geram?

Ou quer encerrar um ciclo nocivo e retomar o controle da sua vida?

Obs.2 : essa reflexão pode ajudar no seu processo psicoterapêutico, mas não substitui a psicoterapia. Se algo lhe chamou a atenção, converse com seu (sua) psicólogo (a) a respeito.

Artigo divulgado também no TOP10 News.

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