Eduardo e Mônica: o dia-a-dia de um romance

Eduardo e Mônica: o dia-a-dia de um romance

E se você for presenteado com um belo romance, que maravilha, heim?! Sua adrenalina vai a mil e novos caminhos se abrem: na paixão e amor tem muita vida, aproveite!

Eduardo e Mônica são personagens familiares graças ao legado de Renato Russo. Agora em filme, o casal tão diferente quanto apaixonado traz indagações importantes sobre os relacionamentos românticos: existe ou não razão para as coisas feitas pelo coração?

A paixão, sem razão?

Qual foi a maior loucura que você fez por estar apaixonado? Já cometeu erros que normalmente não cometeria? A grande admiração por quem você se apaixona faz ver muito mais virtudes do que vícios. A princípio ela pode nutrir idealizações que somente conversas sinceras e a convivência são capazes de ajustar à realidade.

Mas, será assim, “tão sem razão”? E as eternas charadas: “Os opostos se atraem” (Lei de Coulomb, na física) ou, “os dispostos se atraem”? Eis Mônica e Eduardo, tão opostos quanto dispostos! Onde o medo de um se encontrou com o destemor de outra, vitória de ambos, por terem dado vida aos seus desejos. Eles queriam. Por quererem, encontraram formas de se permitir viver cada emoção.

Cada um traz para a nova relação seu jeito de pensar, sentir e agir, impactando e sendo impactado pelo modo de ser do outro (a). Logo a forma de se relacionar vai sendo delineada e um saberá cada detalhe sobre o outro (a).

Esse processo geralmente é automático e agradável, pelo vínculo carinhoso e pela energia que viver apaixonadamente traz. Mas a romantização não impede a necessidade de estar consciente do que acontece dentro do si.

Ao contrário, identificar os pensamentos e as emoções ajuda a viver com mais intensidade o momento afetivo e a entender o que é ou não compatível entre o casal.

As superações dos amantes

Mônica é imprevisível, ousada, preza pela liberdade e pela inovação. Eduardo representa a simplicidade, o coração puro, a rotina e a vida comum. O que parece improvável não é tão incomum assim, acontece em muitos lares. Nortear-se pelo amor parece ter sido a “receita de bolo” para chegar à conclusão da música e talvez do filme (sem pretender “dar spoiller”): “E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com arroz.”

Nem tudo são flores, claro: Eduardo precisou crescer, abandonar o menino e se tornar adulto para se relacionar com a mulher que via diante de si. Monica teve que assumir responsabilidades e honrá-las. Viver a paixão e o amor trouxe superações e aprendizados importantes para os protagonistas desta história.

Afinal, quando você ganha em maturidade emocional, consegue “equilibrar os pratos” dos desafios diários enquanto literalmente “lava os pratos” das refeições da sua família. E em meio a tudo aproveita cada experiência, mantém o entusiasmo e a paixão pela vida. Não fica bom?

As necessidades de cada um e os sonhos do casal

            Quais são as suas necessidades dentro do relacionamento? Seu par atende da forma como precisa? Na continuidade da via de mão-dupla: você está atento para corresponder àquilo que é importante para seu parceiro (a)? E mais: quais são os sonhos em comum do casal?

Monica quer se sentir livre dentro da relação. De fato, nos romances, duas metades não formam um inteiro. É necessário que ambos estejam fortes, autônomos, independentes e plenos em suas identidades para fazer um casal “que se melhora mutuamente” ao se unir por afetos, valores, objetivos e atrações comuns.

Eduardo quer estabilidade emocional e relações familiares mais próximas. A paixão desestabiliza, pela intensidade e por despertar os conteúdos mais íntimos da pessoa. O amor pode vir na sequência como uma construção diária que auxilia, em muito, na regulação das emoções.

Ou seja, além das atrações afetivas e sexuais, cada um tem necessidades que precisam ser expostas e respeitadas, para que desde início se sinta e entenda se serão ou não atendidas: sim, o óbvio precisa mesmo ser dito.

E de quando em quando é conveniente abordar o assunto novamente, recontratando o que for necessário e também renovando os sonhos em comum do casal.

Quando a paixão vira amor

Você já amou alguém?” Já teve vontade de ficar por horas conversando com a pessoa amada, em “flow”, como se não houvesse amanhã?

Aos poucos o casal vai amadurecendo, aparando arestas e passando da paixão para o amor, do frenesi inicial para o cotidiano da convivência, onde estão estudos, profissões, educação dos filhos, partilha de carinhos, eventuais discussões, sexualidade, emoções, estresses diários, “o pior e o melhor de cada um”, a vida como ela é: “seguraram legal a barra mais pesada que tiveram.”

O romance e as pequenas coisas

O amor pode estar e ser colocado em tudo, desde uma grande viagem ou a mudança para uma nova moradia até as experiências menores do dia-a-dia. Mas vale o alerta: cuide das pequenas coisas! Nos relacionamentos, você pode perder ou ganhar o jogo nos detalhes. 

A generosidade é o amor colocado em ação. Diga que ama e expresse nos cuidados pequenos, com gestos efetivos de carinho.

Eduardo e Mônica amam e se sentem amados um pelo outro. Apreciam-se mutuamente, razão maior de um relacionamento amoroso. Por amar, toleram diferenças, se assumem, vivem juntos as dores e as alegrias da Vida.

Se você quiser refletir sobre algumas formas de se manter um relacionamento saudável, basta clicar no link a seguir: https://psicologopascoalzani.com.br/2022/01/11/como-destruir-ou-manter-seu-casamento/

Em cenário no qual até as histórias políticas poderiam ter causado distanciamentos, o filme indica que a tolerância ao divergente, a preservação da identidade e a vivência do amor pode gerar melhorias a cada um e ao casal.

A paixão lhe provoca “borboletas no estômago”, relembra que você esta vivo, faz querer viver: sorrir, chorar, cantar e amar. Por sua vez, o amor oferece a estabilidade emocional e mostra que é possível não se apegar aos extremos, mas, em nome dele conviver e enfrentar juntos todas as situações.

Artigo publicado também no Blog “TOP 10 News“:
Obs.: Essa reflexão não substitui a psicoterapia.

Psicólogo Pascoal Zani

CRP 08/04471

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